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quinta-feira, 10 outubro, 2024

Redes sociais: um perigo para crianças!

Perigos se escondem nas redes sociais.

Nessa terça-feira, fechei para o Jornal da Record uma matéria sobre a prisão de um pedófilo. Ele fez contato com uma menina de 11 anos de idade e com o decorrer das conversas, acabou convidando a menina para um passeio num shopping, um banho de hidromassagem, um champagne e até uma ida ao motel. O pai da criança desconfiou no início e passou a monitorar as conversas. Em dado momento, se passou pela filha, marcou o encontro e avisou a polícia. O pedófilo foi preso em flagrante na praça de alimentação de um shopping em São Bernardo do Campo quando foi em direção à menina, usada como isca. Alguns detalhes assombram nessa história: o acusado tem 45 anos de idade, é casado, pai de duas adolescentes e de boa situação financeira. Um perfil, talvez, acima de qualquer suspeita. E, pior que isso, o aliciamento foi feito através do Facebook.

Não sou careta, mas defendo algumas coisas que podem parecer conservadoras demais. Me perdoem os pais que permitem isso, mas rede social não é lugar para crianças. Quem apoia minha tese é a psicóloga Débora Pissarra que entrevistei para a matéria. Concordo com ela quando diz que crianças até catorze anos de idade ainda não tem maturidade emocional suficiente para transitar num ambiente, de certa forma, livre de censura. Não é um site que você pode impedir o acesso. Estando ali, a criança poderá clicar em qualquer link publicado por seus amigos, amigos de amigos e até desconhecidos, e acessar páginas de conteúdo inadequado e até proibido. Também não tem critério de seleção para adicionar as pessoas e podem deixar as portas abertas para criminosos (como pedófilos) entrarem e vasculharem sua vida, tirando proveito de sua ingenuidade.

No caso que acompanhei, graças a Deus e à perspicácia do pai que passou a monitorar a conversa, um mal maior foi evitado. Mas o que teria acontecido se ele, como a maioria dos pais que conheço, imersos em trabalho e problemas cotidianos, não tivesse tido essa idéia? O pior, com certeza!

Eu mesmo procuro não adicionar adolescentes menores de 15 anos no meu perfil, mesmo que sejam sobrinhos, filhos de parentes ou de amigos. Evito porque, muitas vezes, publico ou comento assuntos que considero um pouco pesados para essa faixa etária. Sem contar no que meus amigos publicam e, mesmo com toda a filtragem, eles poderiam ter acesso. Em vários casos até já aconselhei os pais a proibirem o perfil dos filhos. Mas infelizmente isso é uma coisa que não agrada a muita gente.

Depois de mais de 25 anos me tornei pai novamente e a “nova era” em que isso aconteceu me tornou um pouco mais precavido. É claro que minha filha, aos dois anos de idade, ainda não tem noção do que é uma rede social mas sei que um dia (e muito em breve) isso será inevitável. Mas, sabe-se lá o que virá no futuro, tentarei ao máximo protegê-la desse tipo de coisa. Hoje vejo as redes sociais como a mais pura necessidade da maioria das pessoas de ter atenção – sempre publicam algo e medem sua popularidade pelo número de “curtidas”. A frustração vem com o desprezo ao assunto. É como falar sozinho no meio da multidão. Também vejo publicações apelativas demais, pesadas para determinadas idades. E não venham me dizer que dá pra monitorar o que seu filho vê na rede social porque isso é impossível. A não ser as conversas que ficam, de certa forma, gravadas ali. Mas os links que eles visitam, os comentários que eles leem, as fotos que veem, passam rapidamente pela sua tela. Minutos depois é tecnicamente impossível detectar o que foi lido.

Acho a internet uma excelente ferramenta de aprendizado, desde que usada corretamente. Agora, se por minha excessiva preocupação com as crianças em relação às redes sociais posso ser taxado de antiquado e careta, não me importa. Minha filha terá regras severas quanto a isso. E  você, pai ou mãe, que acha que não corre nenhum risco, cuidado para um dia também não se tornar manchete no noticiário.

Ogg Ibrahim
Ogg Ibrahimhttp://oggibrahim.com.br
Jornalista com 34 anos de profissão, ex-repórter nacional da Rede Record, Mestre de Cerimônias, radialista e Palestrante, Produtor de vídeos e CEO na Talk Soluções em Comunicação.

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