Nesta segunda feira (03) os moradores de São Paulo viram mais uma favela arder em chamas. Foi no Morro do Piolho, zona sul da cidade – um local onde estão pipocando dezenas de grandes condomínios. Segundo levantamentos do Corpo de Bombeiros já passam de 30 os casos de incêndio como esse só em 2012. Incrivelmente, os números neste ano eleitoral são maiores que nos anteriores. Coincidência? Talvez não! Talvez a posterior “ajuda” aos desabrigados, com o famoso aluguel social, venha ajudar também candidatos a angariar votos. Coincidência ou não, no local onde restarão apenas as cinzas, em pouco tempo deverá surgir um grande empreendimento imobiliário. Com certeza, de imóveis que passam longe do sonho das famílias que antes residiam ali. Pois é, basta analisar outras destruições urbanas como esta e ver o que se tornou a maioria das favelas incendiadas em áreas nobres da cidade.
Também estão se extinguindo as quadras de tênis. De uns três anos pra cá, muitas áreas que abrigavam quadras de saibro e concreto deram lugar a enormes condomínios comerciais e residenciais. Afinal, é muito mais lucrativo para o dono do terreno trocar o local por uns dois apartamentos de luxo dos que serão erguidos ali do que viver do aluguelzinho das quadras. O mesmo tem acontecido com quadras de futebol society e estacionamentos. Esta última categoria gera ainda mais problemas numa cidade onde não há lugar para estacionar nas ruas.
A construção civil vem engolindo tudo numa voracidade incomum. Onde você vir um terreno enorme vazio, poderá ter certeza de que ele não vai durar assim por muito tempo. E em breve você que transitava calmamente por aquela rua sem trânsito, vai ter de enfrentar o congestionamento provocado pelos milhares de moradores ou trabalhadores que ocuparão a região assim que tudo estiver pronto.
Me pergunto onde vamos parar assim? A selva de pedra se torna cada vez mais de concreto! Conheço pessoas que compraram o apartamento dos seus sonhos com uma linda vista para o horizonte. Pagaram um fortuna só para desfrutar do pôr ou nascer do sol diariamente. Mas agora o que conseguem enxergar são as roupas penduradas no varal das áreas de serviço do mega-prédio que surgiu na frente, três vezes mais alto e mais imponente. E o que fazer? Processar a construtora que tapou sua visão? Processar a construtora que lhe vendeu aquela “pseudo-vista”?
Não sou contra o desenvolvimento, de maneira alguma. Só fico triste em ver famílias sendo desabrigadas, minha cidade perdendo suas áreas de lazer, seus estacionamentos e com isso levando o pôr e o nascer do sol para cada vez mais longe. Claro, as pessoas precisam ter moradia! Mas as que realmente precisam não podem nem passar na porta destes empreendimentos que correm o risco de serem enxotadas. Vão ficar apenas lembrando que um dia aquele terreno ali abrigou seu barraco.
É mais uma situação que foge ao nosso controle. Está nas mãos dos poderosos que, de longe, jogam o fósforo no palheiro que é uma favela cheia de barracos de madeira e material inflamável. Depois é só soprar as cinzas. E, metaforicamente falando, quem se intoxica com ela somos nós. Haja pulmão pra isso!
E NINGUEM DIZ NADA A GRANDE MIDIA NEM LEVANTA ESSA POSSIBILIDADE…..
Matéria muito interessante! Parabéns! Muito bem elaborada!
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