Divulgado nesta semana, o segundo Levantamento de Álcool e Drogas no País estarrece. Os dados revelam que o Brasil está em primeiro lugar num ranking nada invejável: é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas, pior que isso, é ser o primeiro em consumo de crack, uma das drogas mais devastadoras do planeta.
Os dados vão ainda mais longe. Ao ouvir cerca de 4.600 pessoas em todas as regiões brasileiras, somando 149 municípios, a pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou ainda que existem hoje cerca de 3 milhões de usuários de drogas — principalmente de cocaína e crack. 78% deles usam cocaína, 5% crack e 17% ambas as drogas juntas. Neste universo se esconde um dado ainda mais estarrecedor: quase 300 mil adolescentes fizeram uso destas drogas nos últimos doze meses, garotos entre 14 e 17 anos.
O Brasil tem motivos de sobra que contribuem com essa situação. É um país emergente, em crescimento, onde as famílias mais pobres começam a ter mais poder aquisitivo. Com mais dinheiro e acesso facilitado, as drogas passam a ser, em muitos casos, produto de consumo. Também fazemos fronteira com os maiores produtores de cocaína do mundo: Bolívia, Colômbia e Peru. Não temos nessas regiões nenhum combate eficiente ao tráfico a não ser ao chamado “formiguinha” em que se prende apenas pequenos traficantes e mulas que trazem uma parte microscópica dessa produção. Não há também no País uma política de combate com punições mais rigorosas para quem usa nem tratamento adequado para os viciados. Além disso tudo, no Brasil a droga é abundante e barata.
Enquanto nos Estados Unidos 100 gramas de coca custam em torno de 10 dólares (R$ 20 ), aqui por reaisR$ 5 consegue-se comprar a mesma proporção do pó. Com menos ainda, as pedras de crack. Em resumo: o Brasil é um paraíso para quem produz, vende e usa drogas.
Nossa economia pode estar nos trilhos, a balança comercial pode apresentar elevações positivas, mas esse ranking em relação ao uso de entorpecentes não é nada confortável. E o que se tem feito para mudar isso? ABSOLUTAMENTE NADA!
Recentemente o governo anunciou a liberação de alguns bilhões de reais para um combate intensificado às drogas com operações policiais, mas, principalmente, encaminhamento de usuários ao tratamento. Alguém, por favor, me aponte qual Estado recebeu parte deste dinheiro. Em São Paulo, por exemplo, o que garganteiam como o “fim da Cracolândia” não passou mais de um esparramo do problema pela cidade. Viciados que antes se concentravam em apenas um lugar, hoje vivem por quase todas as ruas da capital como consequência de um ato desastroso e irresponsável da polícia e da prefeitura sob o comando do Sr. Kassab.
Enfim, temo pelo futuro dos nossos jovens já que a pesquisa também aponta que quanto mais cedo se experimenta drogas, maior a possibilidade desse adolescente se tornar um viciado. E também não vejo entre a lenga-lenga dos candidatos nenhuma proposta decente que faça menção ao problema. Ser um dos maiores do mundo em consumo de cocaína e crack me deixa ainda menos confortável.
Dinheiro para trem bala existe, dinheiro para reforma de estádios e copa do mundo existe, dinheiro para Olimpíada em 2016 também existe. Só não existe vergonha na cara de ninguém para resolver uma questão tão importante e tão lamentável quanto esta. Ou será que existe alguém que se vanglorie de, enfim, liderarmos um ranking, mesmo que seja nesse? Prefiro acreditar em duendes!
o mais triste e q seu texto nao tera a mesma forca q gatos fofinhos, ou pegadinhas no youtube, brasileiro so ira se preocupar com assunto das drogas qdo seu filho for preso e descobrir da voca de um policial o q ele se tornou. deveriamos priorizar questoes como a saude, educacao… e deixar copa, olimpiadas pra paises q ja possuem todas as prioridades bem desenvolvidas. brasileiros amadurecam
Ninguem na classe média sonha que seu filho (a) seja policial. Por outro lado, o mercado existe porque existem consumidores. Ah, sim, boa parte deles estão na ou acima da classe média. Não tem nada a ver ficar discutindo que “para isso” não há verbas, não é por ai que se ajuda a conter o ranking.
ONDE 100 GRAMAS DE PÓ CUSTAM 10 DOLARES LÁ ? SE 1 KILO, NÃO SAIRA POR MENOS DE 50.000 DOLARES E AQUI NO MINIMO 15.000 REAIS. PROCURE SABER ACERCA DO QUE FALA, ATÉ LIA ESSE BLOG ASSIDUAMENTE, MAS DEPOIS DESSE DESLIZE DE INFORMAÇÃO, PENSO MELHOR REAVALIAR A CREDIBILIDADE DO MESMO.,