A inflação oficial perdeu ritmo em dezembro, mas o resultado não impediu que o índice oficial de preços terminasse 2021 no maior patamar desde 2015, de acordo com o IBGE.
Os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta terça-feira (11) apontam para uma variação de 0,73% da inflação oficial em dezembro, o que resultou em um salto de 10,06% dos preços no acumulado de todo o ano passado. É a maior taxa acumulada no ano desde 2015, quando o IPCA foi de 10,67%.
A disparada, ainda menor do que a que chegou a ser esperada por analistas financeiros entre os meses de novembro e de dezembro, representa quase o dobro do teto da meta estabelecida pelo governo para 2021, de 5,25%. Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que calcula a inflação das famílias com rendimentos de até cinco salários mínimos, fechou o ano passado com alta de 10,16%, acima dos 5,45% registrados em 2020.
Apesar da desaceleração do IPCA nos dois últimos meses do ano passado, os grandes vilões do indicador continuaram os mesmos: os combustíveis e a energia elétrica (+21,21%), que conta com a manutenção da tarifa de escassez hídrica desde setembro, com a cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100kWh consumidos. O gerente do IPCA, Pedro Kislanov, explica que a alta no preço dos combustíveis fez com que o grupo de transportes tivesse a maior variação de preços ao longo do ano passado, de 21,03%.
Outro destaque nos Transportes foi o preço dos automóveis novos (16,16%) e usados (15,05%), motivado pela falta de alguns componentes na cadeia produtiva do setor. Os dados do IPCA apontam ainda que o grupo de alimentos e bebidas, apresentou uma variação de 7,94% ao longo do ano passado, resultado menor que a do ano anterior (+14,09%), quando contribuiu com o maior impacto entre os grupos pesquisados.