A gente sempre ouve falar, a toda hora, que isso ou aquilo nesse país é uma MER… (excremento)! O serviço público é uma, nossa política é outra, a seleção brasileira está uma… Enfim, a gente pode listar um monte de coisas que levariam, tranquilamente, essa definição. Mas não há nada literalmente pior, e que se enquadra bem nisso, do que a educação de muitas pessoas. Porque digo “literalmente”? Porque não tem um dia sequer, depois de uma caminhada, em que eu não tenha que raspar cocô de cachorro do meu tênis!
Tá bom, só to aproveitando a raiva de ter pisado no “resíduo não absorvido pela digestão, que o animal lança periodicamente para o exterior do seu intestino” (segundo o dicionário Michaelis) como pretexto para falar sobre esse comportamento execrável das pessoas não catarem o que seus cães fazem nas calçadas. Seus donos, esses sim animais irracionais, não são capazes do simples ato de pegar um saquinho e tirar aqueles croquetinhos dali!
Moro num bairro tido como nobre onde imagina-se, ou ao menos espera-se, que haja um pouco mais de civilidade. Mas a trilha de fezes na calçada que se observa numa simples volta no quarteirão é de estarrecer qualquer escatologista. Pelo tamanho, imagino que sejam de Chiuauas a Dog-Alemães. Ah, você está se perguntando porque sei tantos detalhes assim? Explico: não sou estudioso, mas evito, na medida do possível, pisar neles. Por isso presto bastante atenção!
E são de bichos levados por babás, por senhorinhas, pelo maridão que acordou mais cedo, pela madame que está apressada para ir ao shopping. Enfim, é imensa a variedade de animais-humanos, incapazes de levar um saquinho no bolso pra pegar aquilo que seu animal de estimação deixou ali. Fora a insolência! Dia desses uma senhora foi capaz de dizer: “Ah, vai chover já já. A chuva leva!” Tomara que tenha levado mesmo, bem pra porta da casa dela!
Eu não sei se é mesmo insolência ou pura falta de educação. Outro dia não aguentei: caminhando com as minhas cachorras (e eu sempre levo saquinho e sempre cato o que elas fazem), vi uma mulher abrir o portão de casa, sair com o poodle que fez um “charutão” na calçada do vizinho, e voltar tranquilamente pra dentro sem ter catado o troço. Não pensei duas vezes. Esperei ela entrar, peguei o cata-cacas que estava no bolso e devolvi aqueles resíduos caninos para a garagem da velha senhora, tendo o cuidado de usar força suficiente para que batesse na parede e escorresse para o chão. Ela deve estar se perguntando até agora como aquilo voltou pra lá.
Pra finalizar: essa história pode até ser escatológica demais, mas se você prestar atenção, tem mais a ver com cultura, civilidade e educação do que propriamente com asseio. E o pior é que muitas dessas pessoas são supostamente cultas, supostamente educadas, supostamente conscientes. Mas pelo que vejo, só supostamente. Infelizmente ter educação independe de sexo, raça, religião ou condição social.
Será que sou politicamente correto demais ou essas pessoas é que são irresponsavelmente desleixadas demais? Bom, só sei que cada um escreve sua história com o que deixa para trás!
Isso é um absrudo. Eu acho o cúmulo. Tenho dois cachorros, sempre saio com eles e cato o coco deles e jogo devidamente em lixeiras apropriadas. Uma vez o cachorro fez mais coco q o de praxe, fiquei igual doida na rua procurando algo p catar, achei um pedaço de jornal velho e catei. Outra vez bati na porta de uma casa que nem conhecia pra pedir uma sacola. E ainda evito q eles façam na calçada em frente de casas, tento arrastar p o cantinho do asfalto quando dá. Agora esse povo deve se achar muito pra n faezr isso. Acham q catar o coco do cachorro vai diminuir sua posição social, só pode ser, porque n tem explicação. Tá mais que óbvio q a educação é uma virtude, independente de posição social.
Nos Jardins a situação é a mesma, parece um campo minado… Culpa dos cachorros? Não, mas dos seus donos que a ciência intitulou de animais “racionais”.
Já que certas pessoas têm nojo de recolher as cácas caninas, que pelo menos induzam o animalzinho a “despejar” seus dejetos na sargeta, abaixo do meio-fio. Assim os transeuntes, absortos em seus pensamentos, podem evitar “derrapadas” perigosas e mal-cheirosas.
Deixar o cocô do próprio cachorro na calçada é totalmente indesculpável. Já quanto a você pisar costumeiramente nas cacas dos cães alheios, indevidamente deixados lá, talvez você precise trocar as lentes dos óculos.
Não só cocô de cachorro, que é nojento, mas todo tipo de lixo que é diariamente despejados nas ruas de nossas cidades. Seja; latas de refrigerantes(cerveja) bitucas de cigarros, cocôs, garrafas de água e etc. Esse mesmo lixo que deixa as nossas cidades feias e poluídas, também contribui para as grandes enchentes, causando desgraça e prejuízo aos menos favorecidos. Mas, na hora de cobrar, sempre apontamos um culpado, e esquecemos que a conscientização deve primeiro acontecer dentro da nossa casa, e depois na escola e subsequente na sociedade em que somos inseridos. Esse país só vai mudar de verdade, quando toda a sociedade se conscientizar que, primeiro temos deveres e depois direitos. ou vice e versa. Nunca, um só, mas os dois juntos.