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sábado, 4 maio, 2024

Crise dos sete anos? Que venham mais sete assim!

Brigar é saudável. Mas insistir nas brigas é burrice.

Olá meus queridos leitores!

Andei meio sumido por causa de umas merecidas férias. E ao contrário de muitos colegas jornalistas que tiram férias para escrever um livro, atualizar seus blogs ou digitar crônicas e artigos, eu prefiro é ficar longe de tudo isso. Procuro não exercer minha profissão nesse período, já que ela é desgastante demais no resto do ano. Mas como as férias estão acabando e as atividade extra-profissionais escassearam – não há quadros mais a pendurar na casa nova, cortinas a colocar, torneiras a consertar, etc – resolvi dividir com vocês um assunto que assombra muitos casais. Estou completando em breve sete anos de um maravilhoso segundo casamento. E sempre ouvi falar – e também já passei por isso no primeiro – sobre a famigerada “crise dos sete anos”. Como isso não me incomodou na primeira relação matrimonial que durou mais de dez anos, não consegui entender até hoje que crise é essa e porque ela se baseia em “7 anos de matrimônio”.

Na verdade, acredito ser isso um mito que permea muitas relações. Não enfrentei problemas nessa fase e nem vi casais amigos passarem pelo mesmo. Para mim a sustentabilidade da relação se consolida ao passar dos anos. É claro que há os desgastes comuns de qualquer relação – seja um casamento ou uma sociedade empresarial – mas o importante é saber como enfrentá-los ou se preparar para que esses desgastes não passem de mero detalhe.

Outro dia, conversando com um amiga pelo Facebook, ela vendo minhas declarações de amor públicas à minha mulher, me perguntou como eu conseguia ter uma relação bonita assim e o que minha esposa fazia para ser tão amada. “Será que eu sou muito chata?”, disse ela. Eu respondi: “Olha, a minha mulher é muito chata também e nem por isso desmerece minhas declarações”. Ela riu! Expliquei que não há nenhum segredo. O que há é paciência, respeito, compreensão, amizade, tolerância e ausência de egoísmo. Quando se quer levar uma relação em frente, devemos sempre abrir mão de uma série de coisas. Jamais podemos usar daquela máxima, que pra mim nunca valeu, de que “eu sou assim e você tem de gostar como eu sou”. Esse é o primeiro erro que cometemos ao esquecer que o egoísmo estraga qualquer relação. Ninguém é tão imutável a ponto de fazer com que as pessoas nos engulam de qualquer jeito. Outra coisa que precisamos ter num casamento é paciência pois nem sempre as coisas acontecem do jeito e no tempo que a gente espera. A tolerância é para sabermos aceitar determinados defeitos dos nossos companheiros ou companheiras e compreender que ninguém é igual a ninguém – todos nós temos os nossos defeitos e manias que, mesmo policiados, vem à tona a todo momento.

É claro que é necessário ter amor, mas isso é uma consequência do resto. Se não existir primeiro paciência, admiração, respeito, tolerância, etc, o amor acaba rapidinho. Com tudo isso, ele se consolida.

Dando um exemplo, eu e minha mulher nos parecemos demais. Vejo nela meus defeitos e vice-versa. Chego até prever determinadas reações dela em algumas situações pois são as que eu teria. Muitas vezes a critico por falhas e em seguida me lembro que eu teria feito a mesma burrada. Enfim, somos o espelho um do outro. E por esse simples fato as faíscas são muitas. Mas etéreas, se evaporam rapidamente como álcool. São raras as vezes em que passamos horas sem nos falarmos depois de uma briga qualquer. Nas nossas vidas isso não tem espaço. Podemos quebrar o pau e cinco minutos depois estarmos dormindo abraçadinhos. Esse é o segredo da relação, não deixar que fatores externos interfiram nos sentimentos que temos um pelo outro.

A transparência na relação é indispensável também. Quando você diz o que tem de dizer, sem meias palavras, as coisas são mais claras. Mesmo que doa. Só deve haver o cuidado para que as palavras não extrapolem os limites da ofensa, da mágoa ou do desrespeito. Pois lembrem-se que a flecha disparada e papéis jogados ao vento não retornam. Sem mentiras tudo também flui mais tranquilamente. Não sou terapeuta de casais, nunca estudei comportamentos humanos mas digo tudo isso porque vivi essas situações nas relações anteriores. Já menti, já trai, já desrespeitei e por isso não deram certo. Essa é a primeira vez que resolvi agir diferente e estou colhendo os melhores frutos que uma relação pode dar.

Nos devemos também lembrar dos agrados. Quem não gosta de receber flores sem motivo, uma ligação despretenciosa, uma declaração de amor qualquer, ser lembrada no meio de uma tarde, receber uma mensaginha no celular, um bilhete no espelho do banheiro? Jamais podemos esquecer de lembrar às nossas companheiras ou companheiros o quanto eles são importantes. Se não há motivos para isso, então a crise não chegará aos dois anos de relação, quanto menos aos sete.

Crise dos sete, dos dez, dos vinte anos é você quem cria. Usando de sabedoria e de sentimentos e atitudes que estão nas nossas mãos, o tempo, ao invés de cruel, será o melhor aliado de uma relação sólida. Fará do seu casamento um bom vinho que quanto mais idade tiver, melhor.

Ogg Ibrahim
Ogg Ibrahimhttp://oggibrahim.com.br
Jornalista com 34 anos de profissão, ex-repórter nacional da Rede Record, Mestre de Cerimônias, radialista e Palestrante, Produtor de vídeos e CEO na Talk Soluções em Comunicação.

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