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terça-feira, 7 maio, 2024

Velocidade polêmica

Marginal Tietê: novos limites de velocidade dividem motoristas

Uma recente mudança no trânsito de São Paulo está causando muita polêmica. Até mesmo entre aqueles que, raramente, circulam por aqui. Desde o ultimo dia 20, as Marginais Tietê e Pinheiros estão com novos limites de velocidade. Redução de 90 para 70km/h na pista expressa, de 70 para 60 na central e de 70 para 50km/h na pista local. Fiz matéria sobre isso, ouvi especialistas e motoristas e ficou claro que a medida divide a todos – uns apoiando, outros detonando a decisão do prefeito Haddad.

Na verdade acho essa gritaria desnecessária. Vejo a mudança como bem vinda porque, com base no que ouvi de especialistas, acredito que ela pode ser eficiente. Mas é claro que só mesmo os balanços dos números de acidentes daqui pra frente poderão confirmar  isso. Os que gritam contra, alegando que a medida vai gerar uma enxurrada de multas, é porque não está preocupado em respeitar os limites. O “vai demorar pro motorista se acostumar com as novas velocidades!”, pra mim é desculpa esfarrapada.

Mas porque acredito nisso? Primeiro por uma lógica física: quanto mais rápido se anda, mais espaço precisamos para frear antes de bater no carro da frente e mais tempo o carro levará para parar. Andando mais devagar, a situação é bem diferente. E levando em consideração que aqui em São Paulo os motoristas não respeitam a distância recomendada, andam colados na nossa traseira, isso pode gerar um risco menor.

O que me disse um dos especialistas em trânsito com quem conversei: ele alega que as marginais são como rodovias, só que com centenas de acessos. Andando a 70km/h, como era antes na pista local, o veículo que entrava à direita era obrigado a reduzir para, pelo menos, 40km/h para fazer o acesso. Calculem que é uma redução de velocidade para quase a metade. Quem vem atrás e não vai entrar, freia bruscamente e demora alguns segundos até retomar a velocidade. Isso vai causando uma reação em cadeia por cerca de um quilômetro para trás e até que os últimos carros dessa fila retomem a velocidade normal, surge um engarrafamento momentâneo. Segundo ainda o especialista, andando a 50km/h, como agora, o motorista precisa reduzir apenas 10km/h para fazer o acesso e como os veículo detrás estão mais lentos também, se estiverem a uma distância adequada, não vão precisar frear e o fluxo vai seguir normalmente.

Senti que o fluxo, apesar de um pouco mais lento, segue mais tranquilo depois da mudança. E posso falar com propriedade porque pego as duas marginais diariamente, em horários de pico, para vir e voltar do trabalho e durante as reportagens na rua. É claro que ainda precisamos esperar o retorno das aulas para saber se, com mais carros em circulação, a medida vai continuar funcionando. Diz quem entende que não vai mudar o que está hoje.

Acho que em vez de protestar contra algo que pode sim trazer um resultado positivo para o trânsito mais caótico do país, o motorista de São Paulo deveria falar menos ao celular ou deixar de ler e passar mensagens quando está dirigindo. E isso é o que vemos a toda hora! Nas minhas andanças pela cidade é comum testemunhar tais situações O DIA INTEIRO!! Até já presenciei o “totó” de um carro na traseira do outro por causa disso.

Quando se fala em trânsito é preciso ter mais responsabilidade. É preciso ter mais consciência, principalmente quando se bebe, e saber que o abuso e a imprudência podem acabar com várias vidas, como temos visto frequentemente por aí. Andar um pouco mais devagar não vai fazer você chegar atrasado no seu compromisso, apenas saia um pouco mais cedo. Essa redução de velocidade, calculada segundo a segundo, não vai tirar mais do QUATRO MINUTOS do seu precioso tempo. E se você acha que a medida é uma manobra para a prefeitura arrecadar mais em multas, dê o troco! Vamos andar na linha e dentro dos limites para que o que muitos chamam de “roubo” não aconteça! Está nas suas mãos… ao volante!

Ogg Ibrahim
Ogg Ibrahimhttp://oggibrahim.com.br
Jornalista com 34 anos de profissão, ex-repórter nacional da Rede Record, Mestre de Cerimônias, radialista e Palestrante, Produtor de vídeos e CEO na Talk Soluções em Comunicação.

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