Imóvel está alugado e em nome de mulher de integrante do PCC preso em janeiro no Estado de Rondônia
A Polícia Federal garante que investigação identificou apartamento no Bairro Pioneiros, perto do Presídio Federal de Mato Grosso do Sul, como esconderijo de armas que poderiam ser usadas em atentado da facção PCC contra o ex-juiz federal e atual senador pelo Paraná, Sérgio Moro (União Brasil).
O Campo Grande News teve acesso ao relatório da investigação da PF e à decisão da 9ª Vara Federal de Curitiba, que determinou a busca e apreensão em apartamento não habitado do Residencial Castelo de San Marino. “Como no caso em tela o apartamento ainda está alugado, é possível que tenhamos êxito em encontrar armas e munições”, cita a investigação.
A busca e apreensão no local foi autorizada e realizada ontem pela PF, mas não foi informado detalhe do que foi encontrado no imóvel e, segundo a Polícia Federal, o caso segue em sigilo. A juíza federal substituta da 9ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, foi quem autorizou a ação, em 21 de março. Segundo a Vara, o processo segue em segredo, tendo sido retirado sigilo de apenas quatro documentos, aos quais o Campo Grande News acessou.
O imóvel está alugado em nome de mulher de integrante do PCC identificado como Evandro Robiér Dias da Silva, preso em 27 de janeiro deste ano em Porto Velho (RO). Na ocasião, a facção planejava matar policial penal do presídio federal em Rondônia.
“Importante destacar que como o apartamento continua locado e pago, é possível que lá existam armas e/ou um “cofre”, pois normalmente, após alguém ser preso, os criminosos somem com armas, munições e qualquer material que possa incriminá-los”, afirma a PF no relatório de investigação que pediu as buscas, apreensões e prisões.
O que liga o endereço ao atentado contra Moro é o fato de um dos presos na Operação Sequaz, Janeferson Aparecido Mariano Gomes, líder do grupo que teria planejado o ataque, ter enviado à sua companheira, Aline Paixão, “dados financeiros dessa empreitada criminosa, utilizando o código “México” ao se referir ao estado do Mato Grosso do Sul, além da abreviação “dd” referente a “dedé” e a expressão “ferramenta bico e peq”, que são gírias usualmente empregadas no meio criminoso para indicar fuzil e pistolas”.
Caso – De acordo com as investigações, a organização criminosa planejava ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, que poderiam ocorrer de forma simultânea. Os principais investigados se encontravam nos estados de São Paulo e Paraná.
O senador pelo Paraná e ex-juiz Sérgio Moro era um dos alvos da facção, que atua dentro e fora dos presídios. Quando era ministro de Segurança Pública, para enfraquecer as facções, determinou a transferência de Marcola e outros integrantes para presídios de Segurança Máxima.
O nome da operação se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações das possíveis vítimas.
Com informações de Campo Grande News.
Foto: Endereço do local a que a PF teve acesso durante investigação da Operação Sequaz. (Reprodução processo)