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segunda-feira, 7 outubro, 2024

Setor de serviços cresce 3,1% em dezembro, atinge patamar recorde e fecha 2022 com alta de 8,3%

O setor de serviços alcançou seu maior patamar da série histórica, iniciada em 2011, com a expansão de 3,1% registrada em dezembro de 2022. A alta faz o segmento fechar em crescimento pelo segundo ano seguido, com 8,3% na taxa anual, ampliando o distanciamento com relação ao nível pré-pandemia para 14,4% acima do volume apresentado em fevereiro de 2020. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada hoje (10) pelo IBGE.

Para o analista da pesquisa, Luiz Almeida, a intensificação na retomada de serviços presenciais após os períodos de isolamento e distanciamento social de 2020 e 2021 ajuda a explicar a expansão em 2022. Principalmente no ramo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (13,3%), a principal influência para o resultado do ano. “O setor de transportes cresce desde 2020, mas com dinâmica diferente: inicialmente, por causa da área de logística, com alta nos serviços de entrega, em substituição às compras presenciais. Já em 2022, há a manutenção da influência do transporte de carga, puxado pela produção agrícola, mas também pela reabertura e a retomada das atividades turísticas, impactando o índice no transporte de passageiro”, explica o pesquisador.

Serviços profissionais, administrativos e complementares foi o segundo setor com maior impacto no resultado, registrando expansão de 7,7%. Neste caso, destaque para ramos como empresas de locação de automóveis, serviços de engenharia, soluções de pagamentos eletrônicos e organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções. A alta em serviços prestados às famílias, terceira influência na lista, foi de 24%, puxada por segmentos como restaurantes, hotéis, buffet, catering e condicionamento físico. “Em linhas gerais, setores também ligados a atividades presenciais”, reforça Almeida. Fecha o campo das altas o setor de informação e comunicação, com crescimento de 3,3%.

O único segmento a apresentar retração no ano de 2022 foi o setor de outros serviços (-2,1%), sob a influência de serviços financeiros auxiliares como corretoras de títulos e valores mobiliários, administração de bolsas e mercados de balcão organizado, e administração de fundos por contrato ou comissão. Neste caso, o movimento também tem a ver com a retomada de serviços presenciais, mas de maneira inversa. “Durante os períodos de isolamento mais severos, as famílias de maior renda, que participam mais desse segmento, realocaram o gasto para esse setor. Com a retomada pós-isolamento, a leitura é que a distribuição investimentos mudou, com uma realocação dos gastos familiares”, explica Luiz Almeida.

Em dezembro, quatro das cinco atividades acompanham alta

Na passagem de novembro para dezembro, o volume de serviços no Brasil cresceu 3,1%, na série livre de influências sazonais, após perda acumulada de 1% nos meses de outubro e novembro. A alta, que renovou o patamar máximo da série histórica, foi acompanhada por quatro das cinco atividades.

O destaque também foi para o para setor de transportes (2,5%), que soma o segundo resultado positivo seguido, acumulando alta de 3,1% neste recorte. Também contribuiu o segmento de outros serviços (10,3%), eliminando a perda registrada em novembro (-3,3%).

Serviços profissionais administrativos e complementares (3,0%) e serviços prestados às famílias (2,4%) foram os demais crescimentos. O primeiro registrou o segundo resultado positivo consecutivo, com ganho acumulado de 3,6%; já o último eliminou as perdas acumuladas no período de outubro-novembro, quando apresentou queda de 1,8%.

O único setor que fechou o mês no campo negativo foi o de serviços de informação e comunicação. É a segunda queda consecutiva, acumulando perda de -2,9% nos meses de novembro e dezembro. Antes, o segmento apresentara sequência de quatro taxas positivas (entre julho e outubro), acumulando alta de 5,1%.

Expansão é registrada em 26 UFs em 2022

No acumulado do ano, a alta no volume de serviços no Brasil foi acompanhada por 26 Unidades da Federação (UF), com destaque para São Paulo (9,7%), Minas Gerais (11,2%), Rio de Janeiro (4%), Rio Grande do Sul (11,3%), Pernambuco (11,2%), Paraná (4,4%) e Mato Grosso (13,8%). Apenas o Distrito Federal (-1,6%) fechou o ano em queda.

Já na passagem de novembro para dezembro houve altas em 22 das 27 UFs, com a principal influência ficando com Rio de Janeiro (5%), seguido por São Paulo (0,8%), Minas Gerais (4,6%) e Distrito Federal (13,4%).

Turismo: alta de 4,1% em dezembro contribui para expansão anual de 29,9%

O agregado especial de atividades turísticas cresceu 4,1% em dezembro de 2022, após registrar estabilidade no mês anterior. Dessa forma, o segmento demonstrou alta de 29,9% no ano de 2022, com registro de fechamento anual positivo em 12 locais. Destaques para São Paulo (36%), seguido por Minas Gerais (49,4%), Rio de Janeiro (16,1%), Rio Grande do Sul (35,8%) e Bahia (23,4%).

O setor se encontra 1,5% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 5,5% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Transportes de passageiros fecha ano com alta de 29,2%; de cargas, aumento de 15%

O volume de transporte de passageiros no Brasil teve alta de 7,1% em dezembro, frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. O resultado faz o segmento acumular ganhos de 11,1% nos dois últimos meses do ano, fechando 2022 com alta de 29,2%, patamar 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 18,2% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

Já transportes de cargas cresceu 1,4% em dezembro, registrando alta de 15% em 2022. O setor está 0,6% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em agosto de 2022, e 33,4% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Já para 2023, as expectativas não são tão boas, visto que as declarações de ministros e do próprio presidente, têm deixado o mercado apreensivo quanto ao futuro do país. Vamos aguardar.

 

Com informações de Agência IBGE de Notícias

Ogg Ibrahim
Ogg Ibrahimhttp://oggibrahim.com.br
Jornalista com 34 anos de profissão, ex-repórter nacional da Rede Record, Mestre de Cerimônias, radialista e Palestrante, Produtor de vídeos e CEO na Talk Soluções em Comunicação.

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