Leiam a seguinte notícia:
” A Justiça Federal concedeu liminar, a pedido do MPF (Ministério Público Federal), para determinar à concessionária de telefonia Oi a suspender, imediamente, o vazamento de dados sigilosos dos clientes. A procuradoria da República acusa a empresa de promover “estelionato mercadológico” por meio do programa Oi Velox, no qual compartilhava informações pessoais e dados cadastrais dos clientes.”
O assunto está sendo discutido desde a semana passada em vários veículos de comunicação. Faz-me rir! É como tirar água do mar com conta gotas para esvaziá-lo. Se a justiça pretende ter um mínimo de eficiência nessa questão, então vai ter de proibir também as empresas de cartão de crédito, as operadoras de TV a cabo, as de banda larga, as de crediário, as lojas, os bancos, a Receita Federal, o Google, os sites de compras, enfim, vai ter de proibir um milhão de outras empresas.
Esse tipo de vazamento acontece desde a época em que não existia internet. Imagine agora, então! Me lembro bem de quando assinava uma revista, usando aquele cupom de papel que vinha dentro e enviando pelo correio preenchido. Um mês depois, junto com a revista, eu passava a receber um monte de panfletos de propaganda de todo o tipo – de assinatura de outras revistas a lançamento de empreendimento imobiliário. Nossos dados que deveriam ser sigilosos, sempre foram usados e “vazados” por milhares de empresas às quais nos cadastramos pra qualquer coisa. É um banco de dados que vale milhões de reais. E não precisa ser só para se aplicar golpes em nome de terceiros não. Esse tipo de crime se descobre logo. O crime maior e vender estas informações para outras empresas que desejam te enviar propaganda de seus produtos. Sempre aconteceu pelo correio, depois por e-mail e agora, além dos anteriores, pelas redes sociais. Ou alguém ainda não percebeu que na coluna direita do Facebook aparecem anúncios sobre aquilo que você estava pesquisando no Google?
Hoje em dia é impossível ter privacidade, principalmente porque precisamos usar as ferramentas tecnológicas existentes. E cada vez que você faz uma compra, seja ela virtual ou física, está lá você dando seu telefone, endereço, RG e CPF para concluir o negócio. E depois tem gente que ainda acha que ameaçar o Facebook pela divulgação dos seus dados e fotos, como já vi em vários compartilhamentos, terá algum resultado. Quer privacidade? Só mortos e bem enterrados não seremos mais incomodados com a avalanche de publicidade indesejada e com vazamento de informações.
Outro dia mesmo eu fiz um teste: abri uma conta de e-mail nova e não forneci o endereço pra ninguém. Também não enviei qualquer correspondência dali. Resultado: não deu um mês eu já estava recebendo SPAM de publicidade. Não é mesmo seu GMAIL?
E se você pensa que acabar com a conta nas redes sociais, excluir os emails, não usar mais o computador nem para pesquisar vai imunizá-lo contra esse vazamento de informações, saiba que não vai adiantar. Porque? Porque seus dados já estão aí, voando de lá pra cá e daqui pra lá, pra todo o lado das galáxias virtuais, sem controle algum. Você pode até não ter mais e-mail, mas as mensagens vão continuar sendo enviadas a você.
Sabe quais são as empresas que mais conhecem sua vida, de cabo a rabo? As operadoras de cartões e os bancos! Cada vez que você os usa para pagar uma conta, seja no débito ou no crédito, você vai informando à administradora do cartão ou ao seu banco qual é o seu perfil. Por exemplo: eles sabem onde você come com frequência e que tipo de comida gosta, qual tipo de roupas usa, qual a periodicidade com que corta o cabelo e onde, que tipo de livros lê e com que frequência, qual sua música preferida, pra onde costuma viajar, etc. Com os produtos e serviços que você compra, é possível eles traçarem um raio-x completo de cada cliente e, com isso, vender esses dados para qualquer empresa ou prestadora de serviço que queira te oferecer algo. Já pensou nisso?
Aí você me pergunta “o que fazer então?”. E eu respondo: “RELAXA!”. Não há o que fazer! A não ser se defender no Procon ou em outros órgãos quando usarem teu nome indevidamente. De resto, qualquer atitude agora já será tarde.