A Netflix decidiu nesta quarta-feira, 2, que vai paralisar toda a sua atividade de produção e aquisição de conteúdo na Rússia como resposta à invasão bélica na Ucrânia. Segundo fontes internas da Netflix, citadas pela revista “Variety”, a plataforma está “avaliando o impacto dos eventos atuais”. No mesmo dia, o Spotify anunciou que fechou o seu escritório indefinidamente no país, em resposta ao que a plataforma descreveu como “ataque não provocado de Moscou à Ucrânia”.
Além da paralisação por causa da guerra, no início desta semana, a Netflix também anunciou que não cumpriria a nova lei audiovisual da Rússia, que obrigaria a plataforma a incluir 20 canais públicos na sua plataforma para poder operar no país. A legislação, que deveria entrar em vigor em 1º de março, exigia a transmissão de conteúdo de veículos afiliados ao Kremlin, como o “Channel One”, a rede de entretenimento “NTV” e o canal da Igreja Ortodoxa. A gigante do streaming lançou seu serviço local em russo há pouco mais de um ano e tem apenas um milhão de assinantes no país. Em todo o mundo, ela possui mais de 222 milhões de assinantes. Desde julho de 2021, a legislação russa assinada pelo presidente Vladimir Putin obrigou empresas estrangeiras de mídia social com mais de 500 mil usuários diários a abrir escritórios locais ou estarem sujeitas a restrições tão severas quanto proibições definitivas.
Além de Netflix e Spotify, outras empresas do segmento audiovisual também vem assumindo posicionamentos semelhantes em sanção à Rússia. Os estúdios Walt Disney Company, Warner Bros. e Universal Pictures, por exemplo, decidiram não lançar seus novos filmes no país. Já a empresa tecnológica Meta anunciou que vai restringir o acesso à emissora “RT” e à agência “Sputnik”, ligadas ao governo russo, em suas redes sociais – que incluem Facebook, Instagram e WhatsApp – a pedido da União Europeia (UE). O Twitter informou que vai incluir um aviso nas publicações que compartilhem links e notícias de mídias controladas pelo Kremlin.
O Sputnik disse nesta quarta que “quaisquer restrições aos membros da imprensa são censura flagrante e o exemplo mais sujo de violação da liberdade de expressão”. A RT disse no início da semana que as empresas de tecnologia que o removeram não citaram nenhum problema com sua cobertura.
(Com informações da Jovem Pan)