Amizade é uma coisa fácil de fazer, mas difícil de manter. Se você é uma pessoa comunicativa e carismática, consegue conquistar amizades em qualquer canto que vá. Mas mantê-las depois, e por muito tempo, exige dedicação, frequência e lealdade. Exige que você demonstre isso, mas de formas que vão além de um choppinho na mesa de um bar. Amigo de verdade usa sua casa quando você não está, te empresta o carro quando você precisa, vai buscar sua mulher no aeroporto quando você não pode, te avaliza algo mesmo sabendo que pode ter dor de cabeça depois e, às vezes, rompe com seus próprios princípios para tirar você de alguma enrascada.
Amigo de verdade liga a qualquer hora do dia ou da noite só para saber o que você tá fazendo, ou como estão as coisas. E quando você não pode falar, não fica chateado se você ligar cinco dias depois dizendo que se esqueceu de retornar. Talvez ele até se incomode de você não ter ido a um evento importante pra ele – mesmo que tenha sido por motivo justo. Mas passou uma semana, ele nem se lembra mais que você não foi e te chama prum chopinho. São amigos assim que você passa meses sem ver e quando os reencontra, parece que não se falam apenas há horas. Isso é amizade verdadeira, o resto são pessoas que passam pelo teu caminho.
Eu sempre digo que amigo pra valer é igual irmão, só que melhor. Porque com irmão a gente briga (o que não é meu caso). Com amigo não, porque se brigar a gente perde pra sempre. A gente pode até brigar num jogo de baralho, no futebol ou porque ele deixou queimar a carne do churrasco, mas jamais vai brigar por coisas menores como esquecer seu aniversário ou se negar a te dar um empréstimo. Aliás, pra amigo a gente não empresta dinheiro. A gente dá, porque se emprestar ele fica com o compromisso de pagar e se não conseguir pagar, a coisa pode azedar porque amizades e negócios não se misturam. Dinheiro dado, mesmo que retorne depois, não vai gerar esse conflito. E pode ter certeza de uma coisa: amigos leais sempre pagam!
Lembre-se, sempre, que amigo não se mede pelo tempo em que ele está na sua vida mas sim do quanto ele se doa para você sem interesse, sem exigir nada em troca. Tenho poucos amigos desses que vão em casa e fazem xixi de porta aberta ou pegam cerveja direto na minha geladeira. Dá pra contar nos dedos das mãos. Mas juntos eles formam o maior exército de parceiros que alguém possa ter. E hoje são poucos porque foram os que sobraram das limpezas que a gente vai fazendo ao longo da vida. E isso é necessário! Senão a gente não abre espaço para aqueles que, realmente, te consideram importante na vida deles.