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domingo, 28 abril, 2024

Mestiços são estimulados a se declarar indígenas em regiões da Amazônia, diz depoente à CPI das ONGs

Presidente do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro, Helderli Fideliz Castro de Sá Leão Alves falou sobre o aumento no número de indígenas apontado pelo último censo do IBGE

Dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no dia 7 de agosto, mostram que a população indígena subiu de 896,9 mil no último levantamento, em 2010, para mais de 1,69 milhão de pessoas, o que representa, atualmente, 0,83% do total da população brasileira – antes esse percentual era de 0,47%. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação das organizações não governamentais (ONGs) na Amazônia e o repasse de verbas públicas e privadas a essas instituições, presidente do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro, Helderli Fideliz Castro de Sá Leão Alves, aponta uma possível explicação para isso: o possível estímulo para que mestiços se autodeclarem negros. 

De acordo com Herdeli, que também é presidente do Conselho Municipal de Direitos Humanos de Manaus (AM), esse estímulo seria feito por integrantes da própria Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), bem como pela condução do questionário do IBGE. 

Ela citou, especificamente, casos envolvendo comunidades de Manaus, Autazes e Careiro da Várzea, todos municípios do Amazonas e que apresentaram aumento considerável na população indígena. No caso de Manaus, por essa, essa população subiu de 4.040 para 71.713 entre os censos de 2010 e 2022. Em Autazes, o número de indígenas saiu de 6.817 para 20.442 e, em Careiro da Várzea, de 494 para 2.453. 

A depoente apresentou vídeos com a declaração de moradores da comunidades. Em um dos vídeos, a moradora afirma que houve um “influência” para transformar mestiços em indígenas por causa dos benefícios. “Inclusive um parente nosso que fazia coisas errados e botaram na cabeça dele que se ele virasse indígena iria se livrar da justiça, porque tinha advogados e não seria preso. E ele começou a fazer a cabeça das pessoas”, disse. “É isso que está acontecendo no nosso município. Pessoas que são mestiças estão virando índios por motivo de interesse”, continuou a mulher. 

Helderli Fideliz Castro de Sá Leão Alves entregou à Comissão uma lista com o nome de pessoas que teriam sido “persuadidas” a se declararem indígenas. “O verdadeiro indígena sofre na sua base, não recebendo saúde, alimentação de qualidade. Solicito que o Marco Temporal seja aprovado nesse Senado, porque a gente vai avançar e dar luz ao povo mestiço e ao povo que realmente é indígena”, declarou.

“A ideia é inviabilizar o Brasil, tornar um Brasil sem produção. As ONGs estrangeiras, quando dá 18 horas, a gente não consegue mais acessar a estrada que vai para Roraima, mas as ONGs não. A gente vê drone a hora que eles querem. Eles chegam lá e passam e nós brasileiros não temos o direito de ir e vir na nossa própria terra. O que nós queremos enquanto povo mestiço é o nosso direito assegurado de permanecer em nossas terras”. 

No início da sessão, o presidente da CPI, Plínio Valério (PSDB-AM) também falou sobre o aumento da população indígena no País. Segundo ele, “além dessa transformação de ribeirinhos e pardos em indígenas”, houve uma “pegadinha” colocada no IBGE por pesquisador do ISA (Instituto Socioambiental), em que a pessoa responde à pergunta “você se considera indígena?”. 

Ele também exibiu uma reportagem da Band, publicada em 2014, sobre registros falsos de grupos de pessoas que estariam se registrando na Funai como se fossem indígenas, após supostas ameaças. “Isso é parte de um todo. Isso é antigo”, declarou Valério, após a exibição de trecho da reportagem. 

Com informações de O Liberal

Ogg Ibrahim
Ogg Ibrahimhttp://oggibrahim.com.br
Jornalista com 34 anos de profissão, ex-repórter nacional da Rede Record, Mestre de Cerimônias, radialista e Palestrante, Produtor de vídeos e CEO na Talk Soluções em Comunicação.

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