Os acampamentos de manifestantes montados próximos a quartéis do Exército pelo Brasil começaram a ser desmobilizados na manhã desta segunda (9) após uma determinação dada ainda durante a madrugada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A medida, junto do afastamento temporário de Ibaneis Rocha (MDB) do governo do Distrito Federal, veio após os atos violentos seguidos de invasão aos prédios dos Três Poderes no domingo (8), em Brasília.
A primeira desocupação ocorreu na capital federal, onde viaturas da PM-DF chegaram ao acampamento montado por manifestantes em frente ao Quartel-General do Exército por volta das 7h30. Os agentes formaram um cordão de isolamento para pressionar a saída deles de forma pacífica e evitar um confronto.
Ao verem a movimentação policial, algumas pessoas começaram a arrumar seus pertences para deixar o acampamento em ônibus disponibilizados pelo governo do DF. Pelo menos 40 coletivos saíram da área militar, com escolta de viaturas da polícia, em direção à superintendência da Polícia Federal, onde os manifestantes passam o dia prestando esclarecimentos.
Algumas pessoas ainda resistiram à desocupação e discutiram com os agentes, mas logo depois cederam. A saída dos manifestantes foi pacífica e ocorre após mais de 70 dias de ocupação da área.
Agentes do Exército e da polícia também fizeram a desmontagem das barracas deixadas pelos manifestantes.
Além da área do QG do Exército em Brasília, manifestantes também começaram a desocupar as áreas próximas aos quartéis do Rio de Janeiro, em frente ao Comando Militar do Leste; e em São Paulo, nas imediações do Comando Militar do Sudeste. Já em Curitiba, o Exército informou que a desocupação de duas áreas próximas a quartéis começará no início da tarde.
Alexandre de Moraes afirma, na determinação, que os participantes devem ser presos em flagrante e enquadrados em crimes de atos terroristas, inclusive preparatórios; associação criminosa; abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.
“Absolutamente nada justifica e existência de acampamentos cheios de terroristas, patrocinados por diversos financiadores e com a complacência de autoridades civis e militares em total subversão ao necessário respeito à Constituição Federal”, disse o magistrado no documento.
A execução das prisões, segundo a determinação, caberá às Polícias Militares, com apoio da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal, se necessário. Comandantes militares dos quartéis e autoridades municipais deverão dar apoio à medida, sob pena de responsabilidade pessoal.
Além da desocupação dos acampamentos próximos às áreas militares de todo o país, o ministro determinou também a desobstrução de todas as vias públicas e prédios públicos estaduais e federais que ocupados por manifestantes, como ocorre desde o fim da noite em refinarias e rodovias de estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso, também com o uso da força policial se necessário.
Moraes ainda proibiu que, até 31 de janeiro, ônibus e caminhões com manifestantes ingressem no Distrito Federal. PRF e a PF, ordenou, deverão providenciar o bloqueio, a imediata apreensão do ônibus e tomar depoimento de todos os passageiros.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/acampamento-manifestantes-lula-brasilia-desocupado/